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sábado, 1 de janeiro de 2022

Resenha: O Lado Bom da Vida - Matthew Quick

 


"...conversando sobre meu gosto por nuvens e sobre como a maioria das pessoas perdeu a habilidade de ver o lado bom das coisas, embora a luz por trás das nuvens seja uma prova quase diária de que ele existe". p.18
Pat é um homem de 34 anos, que ficou 4 anos internado numa clínica psiquiátrica e não se lembra do que aconteceu nos últimos anos e nem quanto tempo ficou no "lugar ruim". Sempre tentando ser otimista, e ver o lado bom da vida, Pat mesmo na atual situação não permite que lhe tirem a esperança de que o "filme" da sua vida terminará com um final feliz.
Um belo dia, a mãe o retira da clínica. Contudo, seu pai não fala com ele,  seu  irmão Jake é uma companhia boa que lhe traz alguma paz e o terapeuta Cliff é um amigo para todas as horas. Pat é um personagem infantilizado, cheio de medos infantis e que precisa sempre da aprovação e do olhar dos pais. Seu pai só fala com ele quando os "Eagles" ganham os jogos, o que faz com que constantemente Pat fique ansioso pelo resultado.
Antes de entrar na clínica, Pat era casado com Nikki, e sua maior meta é voltar para ela, por isso ele se torna um viciado em musculação e corrida, emagrece muito, e tenta sempre ser gentil.
Uma noite é convidado pelo amigo Ronnie para jantar em sua casa, onde lhe é apresentada sua cunhada Tiffany que perdeu o marido há 2 anos. Nesse momento surge o relacionamento meio perturbado e intenso entre os dois.




No filme
Pat (Bradley Cooper) é diagnosticado como bipolar, estava internado há 8 meses numa clinica psiquiátrica em Baltimore até que sua mãe o retira de lá. Em casa, ele tenta controlar seu comportamento explosivo, com musculação e corridas, se nega a tomar os remédios, mas depois de alguns acidentes em casa, acaba tomando. Faz terapia com Cliff, e seu irmão Jake é um tanto "metido". 
O pai (De Niro) perdeu a pensão, e vive de apostas dos jogos dos Eagles. O pai sofre de TOC e todos os 3 homens da família são viciadíssimos nos jogos dos Eagles.
Num jantar na casa do amigo Ronnie ele conhece Tiffany que perdeu seu marido recentemente.
O sonho de Pat é poder entrar em contato com sua esposa Nikki, porem uma ordem judicial não permite nenhum contato entre eles, e por isso, Tiffany e Pat fazem um acordo.

"Ronnie me conta aquilo que acredita ser a história de como Tiffany perdeu o emprego, mas a maneira como conta demonstra que ele está sendo tendencioso. Ele conta a história expondo aquilo que ele chamaria de fatos, sem se importar com o que estava acontecendo na cabeça de Tiffany...Ele não me diz o que Tiffany pensa ou o que está acontecendo no coração dela: os sentimentos horríveis, os impulsos conflitantes, as necessidades, o desespero..." Pág. 72- O Lado Bom da Vida - Matthew Quick Ed Intrísenca

Minhas impressões:
O filme é mais leve e divertido do que o livro, mas vale lembrar que o filme é uma comédia e o livro é um drama.
No filme, Pat é mais adulto, mais capaz de viver em sociedade. No livro, Pat é mais emocional, o leitor entra na alma do personagem.
Tiffany é tão problemática quanto o protagonista, e no filme ela tem todo um carisma, que faz o expectador torce por um final feliz entre eles.
O livro dá uma esfriada no meio do caminho até ficar interessante novamente, porem nele as emoções e sentimentos são muito mais trabalhados, e existem passagens realmente comoventes.
Pat é um sujeito extremamente sensível e passa isso para o leitor.


"Sinto como se o Dr Timbers estivesse certo a meu respeito: não pertenço ao mundo real, porque sou incontrolável e perigoso. Mas é claro que não falo isso a Jake, principalmente porque ele nunca foi internado e não entende qual é a sensação de perder o controle, e agora só quer assistir ao jogo de futebol, e nada disso tem sentido para ele, porque ele nunca foi casado e nunca perdeu alguém como Nikki e não esta tentando nem um pouco melhorar a sua vida, porque ele nunca sentiu o conflito que acontece dentro do meu peito todo maldito dia - as explosões químicas que iluminam meu cérebro como se fosse Quatro de julho e as terríveis necessidades e impulsos..." p. 98
Curiosidade:
O livro de Matthew Quick foi escrito em 2008, e virou filme pelo diretor David Russell em 2012, que quis fazer esse longa para o seu filho que sofre de bipolaridade e tem transtorno obsessivo compulsivo, talvez por isso o diretor fez questão de colocar o TOC em De Niro, já que esse fato que não é mostrado no livro.

Considerações finais:
Vale ver o filme porque é divertido e o livro porque é emotivo e sensível. Vale ler e ver porque ambos tentam mostrar que por pior que uma situação pareça, a nossa busca por felicidade não pode parar, porque sempre tem o lado bom da vida!

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