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sábado, 1 de janeiro de 2022

Resenha: Livre - Cheryl Strayed

 


"Para mim era como deviam se sentir as pessoas que se cortam de propósito. Não é bonito, mas eficiente. Não é bom, mas não há arrependimento. Eu estava tentando me curar. Tentando tirar o mal de dentro de mim para que pudesse ser boa novamente. Queria me curar de mim mesma". p50

"Livre" conta a estória verídica de Cheryl Strayed, que com apenas 22 anos perdeu a mãe para o câncer, e essa perda foi algo tão devastador em sua vida que ela começou a fazer coisas que jamais imaginaria: sair com vários homens, usar drogas, acabar com o casamento.
Cheryl chegou num ponto limite, já não via mais como retornar a ser a mulher/pessoa que era antes da morte de sua mãe; até que numa loja de produtos esportivos ela vê um livro sobre a PCT - Pacif Crest Trail - (uma trilha de 1770km na costa oeste dos EUA), e decidiu fazê-la em 3 meses para poder na solidão se reerguer e repensar em sua vida.

O primeiro capítulo de "LIVRE" é extremamente emocionante. Eu, como leitora, senti a dor dela, a dor e a revolta pela perda da mãe, uma mulher boa, otimista, vegetariana, não fumante, que em 1 mês teve sua vida acabada por um câncer de pulmão. A tristeza e a perda são latentes! É emocionante, é dolorido e Cheryl consegue nos transmitir esses sentimentos. Chorei com ela.

Após esse período, ela começa uma fase de "auto punição": desvalorização da vida, se droga constantemente, conhece heroína, faz loucuras, sai com diversos homens, engravida de um homem que não é seu marido, aborta, e então decide por fim no casamento, pois já não sabia quem era, quem amava, o que precisava. Sentia falta da mãe, sentia que o mundo tinha perdido o sentindo.

Sozinha, se família, perdida, ela decide fazer a trilha PCT  e nessa longa caminhada, ela conhece pessoas que a fazer refletir, pensar, amadurecer, conhecer a humildade e a generosidade. 
Ela nos conta com detalhes sobre a trilha, sobre sua experiência, a aventura, e como conseguiu sentir  despertada nela a cura, o perdão, e a liberdade da vida novamente.

"Ela (mãe) me forçou a amadurecer instantaneamente e a perdoar todas as suas falhas maternais ao mesmo tempo que me manteve criança para sempre, minha vida tanto acabou como começou nesse lugar prematuro onde fomos abandonadas. Ela era minha mãe, mas eu não tinha mãe. Estava presa, mas completamente sozinha". p. 318

É uma leitura muito gostosa, a escritora consegue alternar os momentos que narra a aventura, com os que ela fala sobre si mesma, não perdendo o foco e nem o ritmo.
É um livro longo, mas delicioso, cheio de lições, de passagens lindas e comoventes. Vale cada página!

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